1. |
Nêmesis
00:44
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Céu apagado
Natureza morta
Temor crescente
A mão que roga
O peito enlouquece de mágoa
Olho que chora
Via quebrada
Corpo que arrisca
Nas curvas da praga
Cheiro de terra arrasada
O peito enlouquece de mágoa
Cheiro de terra arrasada
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2. |
Precipitações
01:16
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Fervendo no submundo
Adianto o passo
Num esforço inútil
De me explicar
Quem irá me conter
Não conhece o estado
Treme nulo e desaba
Desvairado
Agitado por querer
O ensejo à mostra
A cabeça tonta
Pende estafada
Desencapa o fio
Arde a ilusão
Vê o brilho dissipar
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3. |
Fechado em Copas
01:34
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Impermanente
Varro o chão com os dentes
Sinto o que se sente
Se já não importa mais
Voando pelo passado
Destino embaçado
Equilíbrio negado
Encaminhado ao nada
Tão pouco a dizer
Sobre almejar poder
E não saber suportar
O peso das horas no ar
Indulgente e perfilado ao estrago
Vendo tudo de cabeça pra baixo
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4. |
Amuo
01:20
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Um quinhão de vozes
Irrompem no trajeto
O queixo sempre ereto
A imagem que provoca
Nojo e o dente aberto
Sente o sangue
Quente no semblante
E amuando
A paz desvanece
O estrondo fere a calma
O fel nauseia a alma
Vivencia o mundo com
Nojo e o dente aberto
Sente o sangue
Quente no semblante
E amuando
A intenção não importa
Resultado de merda
Maldição de esfera
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5. |
Atarantado
01:48
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À frente o corpo se estende
Esperando o tempo passar
Pesa o peito suspenso
O corte aberto apodrece
Intranquilo,
Repentino despertar
Nada parece concreto
O pavor sequestra o espaço
Tanto sorriso incompleto
Tentando continuar
Atarantado
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6. |
Ausente e Esquecido
01:36
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Um aceno distante
Em forma de sarro
Me arrasta ao buraco
Que quis não entrar
Me mantive certo
De não estar perto
Da mão sufocante
Desse bem-estar
Jogado em um canto
Um mal necessário
Um corpo fadado
A tal danação
Alheio repele
O rastro das sombras
O estilhaço das vozes
O atroz fustigar
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7. |
Mendaz
01:47
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Me faltam palavras
Para externar
O ranço ingente
De coexistir
Com o bafo mesquinho
O discurso raso
O rostro embuçado
Clamando por morte
Nessa fenda sem fundo
Chafurdo nos becos
Engasgado em ódio
Celebro a existência
Sorvendo veneno
O brado desperta
Só há emboscada
Fragrância azeda
Exala sequente
Nessa fenda sem fundo
Nessa merda sem rumo
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